Os analfabetos políticos continuam por aí. São filhos da ignorância patrocinada e amplificada por governos descompromissados, empresários de mente curta e por uma sociedade formada por castas que cada vez se fecham mais em torno de seus próprios umbigos. Pois estes também têm nome: são os deficientes cívicos. Gente que rejeita, de saída, qualquer responsabilidade pelo enorme fosso social que se criou no país, e que só faz crescer.
A culpa para os males da nação, segundo eles, está em governantes corruptos. E o principal obstáculo para tornar o país moderno e civilizado está na ignorância do cidadão brasileiro, que conforma a grande massa de pobres que elege aqueles que dirigem os destinos do país. Fecha-se um impertinente círculo vicioso: se povo ruim elege governos ruins, o que se pode fazer?
Os deficientes cívicos não respondem, preferem o estilingue à colaboração. Imaginam que bastam lamúrias para derrubar a podridão e estabelecer a redenção. Ledo engano. A deficiência cívica está justamente em não perceber que todos, em maior ou menor escala, têm participação nos péssimos resultados que o Brasil vem apresentando em indicadores essenciais como educação, saúde, saneamento básico. Números que identificam não apenas a péssima qualidade de vida de um povo, como seu grau de consciência e cidadania.
Os deficientes cívicos são egoístas antes por auto-defesa do que por princípio. Temem pelos privilégios alcançados, pelas fortunas amealhadas, pelos direitos adquiridos. Tratam a ética com uma elasticidade que serve unicamente a seus interesses. Jogam o lixo nas ruas e produzem discursos preservacionistas. Criticam os altos impostos, mas se enriquecem burlando o fisco. Reclamam somente quando a tragédia bate à sua porta ou incomoda seu bolso.
O analfabetismo político produz o político vigarista. O deficiente cívico produz o cidadão sem caráter. Um é resultado das circunstâncias, o outro é malandro por opção.
Alexandre Pelegi
Salvo a ditadura, ou seja, quando uma nação tem o poder de escolher seus governantes por livre decisão, esse povo tem sempre o governante que merece. Não adianta muito só reclamar. Você lembra em quem votou? Pois é. É esse goveranante que você merece.
Comece a pensar nisso a partir de agora. Quem sabe nas próximas eleições você faça uma escolha melhor.
Angelo Novaes
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