Este ano as eleições para presidente aludem-se a uma brincadeira sem graça. Sabe quando não tem muito mistério ou quando o resultado é tão previsto quanto a morte física de todos nós? Pois é, assim é o cenário da disputa para a sucessão presidencial nestas eleições.
Muito disso se deve á popularidade do homem com nove dedos, uma língua meio presa e conversa fácil. Para mim, até pouco tempo, popular era o cara que era conhecido por todos, que agradava a todos só em passar ou aparecer. Mas no caso do nosso presidente a sua popularidade se deve a alguns fatores que vão desde a sua história de vida e política, passando pela sua forma de se expressar, indo até as suas ações e decisões que levaram, de fato, o país a crescer e muito nos últimos anos. Com quase Oitenta Por Cento de aprovação o seu governo pode contar com o apoio da grande maioria da população, e não esqueçamos dos partidos, e eleger um sucessor ou sucessora que poderia ir de Jesus Cristo á Zé buchudo, passando por Maria Madalena, no bom sentido, é claro, pra não dizerem que estou sendo machista.
Mas o que é grave, em minha opinião, são duas coisas principalmente. Uma é que muito se discutiu a respeito de um TERCEIRO MANDATO do nosso presidente. Ele desmentiu, recusou etc, mas de fato isso está para acontecer. Ou, aos que dizem que isso não é verdade – que a mulher do capacete de laquet fará um governo independente e que o nosso presidente não vai meter o bedelho etc. – nesse caso eu acho também um pouco, digamos...estranho, pois vai se eleger alguém que não conhecemos de fato, alguém que “nunca antes na história desse país” esteve em evidência de fato. E que chega agora, digo em âmbito nacional, se mostrando a melhor opção para o país. A outra coisa, que é de preocupar ainda mais que a primeira, é o fato de não podermos contar este ano com oposições muito eficazes, no que diz respeito a programas de governo a nível nacional. A candidata nem um pouco popular apresenta um plano de governo baseado nos moldes que já está aí e agrada á maioria, mas o candidato que pode incomodar não apresenta um plano que de fato abrange o país como um todo.
Posso lhe dizer aqui que eu votei no nosso presidente as duas últimas eleições, e que não estou aqui fazendo campanha para nada, a não ser a para eleger a reflexão como um meio para que se tome a decisão de votar com consciência e não como uma “Maria vai com as outras”.
De fato, alguns números divulgados pela mídia através de pesquisas e levantamentos são de preocupar. Pra quem ainda não sabe ou esqueceu vou citar alguns:
Outro dia li uma pesquisa que dizia que apenas 3,4% da população que vota tem curso superior. Analise aí. Isso pra você parece bom? E seu eu te disser que 58,26% dos eleitores não completaram o ensino primário? Mas tem mais: O “melhor” vem agora. Somando-se os ANALFABETOS E OS SEMI-ANALFABETOS o total atinge 23,49% da massa eleitora. Bom, vamos ser mais práticos. Dos quase 126 milhões de eleitores uma grande parte, 4 milhões e 284 mil, concluíram um curso superior. Mais de 29 milhões são analfabetos ou semi-analfabetos, ou seja, cerca de 24 milhões a mais do que os possuem curso superior. Vamos a mais números? A candidata do nosso presidente possui atualmente, segundo pesquisa DATA FOLHA, entre outros órgãos de pesquisa, quase 50% das intenções de voto. O segundo colocado, o tucano que corta madeira, tem seus significantes 30%. Caso as coisas não mudem radicalmente até o dia 3 de outubro a vitória da candidata é certa e no primeiro turno, hein? Aliás, eu penso que mesmo mudando, mesmo surgindo algum escândalo ou coisa parecida, o que não seria novidade, ainda assim é complicado reverter esta situação.
Mas é preciso refletir sobre duas coisas. Uma é sobre essa hegemonia presidencial que nos absorve e indiretamente nos é imposta. A outra – a que eu considero mais grave – é o fato de termos uma grande e considerável parte do eleitorado que ainda mal sabe ler e escrever, decidindo muitas vezes o rumo do país. Peço calma aos politicamente corretos. Pode parecer para alguns até um certo preconceito. Mas aos que refletirem sobre o assunto de forma consciente e sem permitir que a ofensa tome conta de sua alma, vão perceber que há algo errado nisso, ou pelo menos estranho.
Embora eu tenha votado no presidente nas duas últimas, me reservo no direito de pelo menos refletir sobre essa sucessão. Seja ela dependente ou independente. Mas o que de fato eu não posso aceitar é uma democracia maquiada, já que se lutou tanto para tê-la em seu melhor sentido.
E você? Quer ser uma Maria vai com as outras? Vai refletir? Ou tanto faz?
Lembre-se, numa democracia o povo tem sempre o governante que merece.
Vote consciente.
Angelo Novaes
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