Em 1971 o Clube de Roma, que estuda as conseqüências do crescimento econômico mundial, previu que o crescimento seria limitado pelo esgotamento de minerais importantes e de fontes de energia não-renováveis. O cobre, por exemplo. Usando um recurso sofisticado na época – computadores! - levantaram a taxa de consumo de cobre nos vinte anos anteriores e projetaram os vinte anos futuros, contemplando as taxas de crescimento econômico esperadas.
Conclusão: por volta do ano 2000 as reservas de cobre estariam esgotadas.
O que o Clube de Roma não previu foi que no final dos anos noventa o sistema de cabeamento telefônico com fios de cobre passou a ser substituído por fibras óticas, muitíssimo mais eficientes. E a matéria prima para as fibras óticas é o silício.
Grosseiramente dizendo: areia, um dos elementos mais abundantes na natureza. E por isso o cobre não acabou. Os precisos cálculos dos especialistas deixaram de fora um detalhe: a engenhosidade do homem para criar novas soluções.
Lembrei-me dessa história ao ler novas previsões sobre o fim da humanidade: vai acabar a água, vai acabar o petróleo, vai acabar alimento, vai acabar o sol, vai acabar o oxigênio. Mas basta dar uma olhada na história para ver como o homem desenvolve tecnologias que proporcionam saltos evolutivos inimagináveis.
Portanto, quando ouço essas previsões apocalípticas, entendo que o que se está discutindo ali não são os caprichos da natureza, mas a falta de confiança no homem. Preste atenção: somos suficientemente engenhosos para resolver praticamente qualquer problema.
Pois sabe qual é a única coisa capaz de exterminar a humanidade? A cobiça. Contra ela a engenhosidade do homem nada pode fazer.
Luciano Pires - Café Brasil
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